Leituras de Rebecca n°114
Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria.
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.
O vencedor do Boston GLobe-Horn Book Award Neal Shusterman desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.
Nessa obra conhecemos uma sociedade pacificada depois de muitos conflitos. O principal deles foi a Guerra de Heartland, que se tratava da legalização do aborto. Para chegar num acordo entre as partes, o governo institui a Lei da Vida que proíbe o aborto, mas a família pode enviar aquele filho problemático, chato e mimado pro governo que, literalmente, desmembra o corpo inteiro da criança, aproveitando absolutamente tudo e outras pessoas podem adquirir essas partes para transplante. Segundo a lei, esse processo só pode ocorrer entre os 13 e os 17 anos daquele filho.
A lógica deles é que se o aborto é proibido para dar uma chance à criança, os pais podem, nesse período, se livrar deles. Até aí já é assunto pra horas de conversa, desconstrução, discussão e por aí vai. Mas como o livro é Young Adult, o foco é mais nos personagens do que no que está acontecendo naquela realidade. Achei isso legal pois o tema central já é pesado por si só, então se o autor ficasse tentando justificar ou explicar demais, traria detalhes que, pra mim, não foram necessários agora.
A humanidade vê a Lei da Vida basicamente como uma solução e não como assassinato, pois acreditam que a criança fragmentada continuará vivendo, mas em partes, inseridas no corpo de outra pessoa que precisava de um transplante.
Estamos numa distopia, então a tecnologia é tão avançada, que até o córtex cerebral é aproveitado. O booktrailer mostra o processo de fragmentação e não é algo agradável. Não quero entrar em detalhes por causa dos spoilers, mas é bem surreal a forma como as pessoas são tratadas. Muito assustador!
Na história acompanhamos três adolescentes que vão para a fragmentação. Connor que é um adolescente rebelde e problemático que vira um anjo quando descobre que vai ser fragmentado, Risa, que vive num orfanato do governo cujo o único destino é a maldita fragmentação e Lev que é um décimo, o único que está feliz com essa condição, por saber que é alguém especial, pois décimos filhos são obrigatoriamente enviados para a fragmentação.
É uma aventura tensa, que traz um monte de questionamentos e provocou uma certa choradeira nessa leitora que vos escreve rsrsrsrsrsrsrsrsrs! Gostei muito mesmo! Não esperava gostar tanto!
Recomendo para quem gosta de distopias futuristas.
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