Maria de Lourdes, ou simplesmente Malu, encarna a mais doce, corajosa e vulnerável criatura que se pode tramar. Sem ser tola, embora sua criação a levasse para algo bem próximo disso, demonstra a garra dos protagonistas com a insegurança peculiar dos que vivem seus vinte e poucos anos, achando que vão mudar muito quando chegarem aos quarenta.
Malu tem como objetivo primeiro o de “não ser sua mãe” e declarar de forma catártica sua negação aos métodos que lhe foram impostos até sua mudança para a cidade de Londres. É lá que Malu, em companhia de sua perfeita amiga Kate e de sua tia Renata, nos brinda com sua saga que causa as mais nítidas sensações de já termos vivido tudo aquilo. Em Londres, São Paulo, Rio de Janeiro ou Batatais.
Aos que passaram pelos dezoito anos, uma sensação de nostalgia pela boa lembrança dos anos 80 e a vontade indescritível de parar quem incorre nos nossos erros do passado.
Aos que ainda atravessam ou vão atravessar os anos de ouro, não temam. Não se trata de uma história recheada de lições de moral e regras, que no livro são tidas por verdadeiras apenas pela excelente Cecília, a mãe, que no afã de fazer da filha uma pessoa respeitável, impõe ao leitor severas reflexões sobre a capacidade humana de errar, ainda que querendo acertar.
No livro não nos deparamos com vilões ou mocinhos. É mais um daqueles livros que cada personagem pode, perfeitamente, se parecer com um de nós ou com as pessoas de nosso convívio.
Com brilhantismo, a Autora cria uma trama que escancara a tênue linha que divide os riscos e os sabores da juventude. E encerra sua obra apresentando uma história que deixa um doce gosto de quero mais.
por Meli Cavalcanti
Ah, eu gostei muito da idéia da Mari e apostando em seu projeto, resolvi divulgar aqui no românticas o "Canções da minha vida".
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